Background:
Nasci e fui criado em uma família comum que vivia em uma cidade constantemente atormentada pelos rumores de uma possível invasão súbita vindoura de uma cidade vizinha. Porém, até os dias atuais, nada havia acontecido de fato. Minha família sempre foi profundamente devotada a Tyr, o Deus da Justiça, e foi sob essa devoção que meu pai e minha mãe criaram a mim e aos meus dois irmãos.
Crescemos no templo, aprendendo sobre os caminhos da justiça. Meu irmão mais velho, Ulrich, não demorou muito para deixar o templo e ingressar na guarda da cidade. Eu e meu irmão mais novo, Otto, permanecemos seguindo os ensinamentos dos clérigos, e com o tempo fomos desenvolvendo nossas aptidões: Otto demonstrou talento natural para as magias divinas e rituais, enquanto minhas habilidades físicas e minha disciplina no combate começaram a se destacar. Percebendo isso, os clérigos passaram a me instruir nos caminhos que me levariam a me tornar um paladino, enquanto Otto recebeu treinamento para se tornar um dos clérigos do templo.
Nossa família sempre foi muito unida. Eu e meus irmãos sempre contamos uns com os outros para tudo, e isso pesou profundamente em minha decisão quando chegou o momento de partir. Eu não estava totalmente à vontade em deixar para trás minha casa, meus pais e meus irmãos — especialmente com a constante ameaça de invasão pairando sobre a cidade. Porém, compreendi que era necessário: eu precisava levar a justiça de Tyr aos injustiçados e fazer o bem onde quer que houvesse necessidade.
Assim, parti com a promessa solene de que, se algo acontecesse, eu retornaria imediatamente para ajudar.
Como nos tornamos devotos de TYR:
Como um simples filho de comerciantes se tornou um servo do Deus da Justiça? Bem, essa é uma história que ocorreu há algum tempo.
Meus pais, Felix e Elena, haviam acabado de se casar. Meu pai continuava o comércio de especiarias herdado de seu pai e, durante uma viagem a um reino vizinho em busca de novos ingredientes para abastecer a loja, a caravana em que viajavam foi emboscada por ladrões. Os bandidos queriam roubar a carga e levar as mulheres presentes.
Nossa família nunca havia sido particularmente religiosa, mas, em meio ao caos e ao desespero, minha mãe, Elena — que ouvira histórias sobre o grandioso deus da justiça, Tyr — fez uma prece fervorosa. Ela rogou por proteção e prometeu que, se sobrevivessem, seus sucessores dedicariam suas vidas ao serviço do Deus da Justiça.
A partir daquele dia, Elena tornou-se uma devota fervorosa de Tyr e arrastava meu pai, mesmo cético, para as cerimônias do templo.
Segundo ela, foi a intervenção divina que os salvou. Coincidentemente ou não, soldados patrulhavam a região e interromperam a emboscada. Meu pai acreditava que fora apenas sorte, mas minha mãe tinha plena convicção de que Tyr ouvira sua súplica.
Os anos passaram, e o primeiro filho nasceu: Ulrich. Desde pequeno, ele demonstrava força, disciplina e determinação. Cumprindo a promessa feita, Ulrich foi levado ao templo de Tyr para aprender os caminhos da justiça. Fascinado pela ordem e pela proteção da cidade, acabou deixando o templo anos depois para ingressar na guarda, onde aplicou os princípios de justiça que aprendera.
O segundo filho, Grimwolf, nasceu forte e corajoso. Ele também foi enviado ao templo, mas, ao contrário do irmão mais velho, encontrou verdadeira paixão na vida monástica. Treinou arduamente ao lado dos paladinos de Tyr e, com o tempo, tornou-se um paladino devoto, dedicado a defender a justiça com fervor e sacrifício.
O terceiro filho, Otto, não tinha a mesma força física dos irmãos, mas possuía uma sabedoria profunda e uma mente afiada. Seguindo a promessa, também foi enviado ao templo, onde logo se destacou entre os clérigos. Seu talento para liderança espiritual e sua compreensão dos princípios divinos de Tyr fizeram com que fosse treinado para se tornar um clérigo dedicado, guiando outros fiéis no caminho da justiça.
Assim, a promessa feita por minha mãe moldou o destino de seus filhos. Cada um de nós encontrou seu caminho único na busca pela justiça — seja através da espada, da fé ou da devoção — sempre guiados pela mão firme e protetora do Deus Tyr.