O guerreiro e a Feiticeira
A muito tempo atrás duas famílias se juntaram em um casamento criando a mais forte dinastia. Uma de guerreiros os mais fortes deles com uma disciplina impecável em todos os sentidos se casando com uma família de feiticeiros com o sangue puro e intocado. Tudo por poder, afinal quem não quer se tornar o imperador mais poderoso de todos.
Um guerreiro nunca derrotado em batalha, devoto aos deuses e abençoado por eles se casando com uma feiticeira que conseguiu acesso a todas as magias conhecidas e dizem que ela sabia magias que nunca ninguém escreveu. Um império criado do puro poder.
O estranho é que mesmo o casamento deles ter sido arranjado por estratégia tinha algo invejado por todos “amor”. A doce feiticeira conseguiu facilmente conquistar o amor do guerreiro sem coração, e o guerreiro fez feiticeira a mulher mais feliz do mundo.
Por alguns anos eles viveram felizes e em paz fora e dentro do casamento. As guerras com outras dinásticas pararam pois todos aceitavam que aquele casal deveria governar. A paz fez com que aquelas terras prosperassem e crescessem facilmente, as riquezas eram imensuráveis para todos e a felicidade era real.
Um dia sussurros acordaram a feiticeira e a levou para longe do palácio, longe o suficiente para que seus gritos não pudessem ser escutados. Ela não conseguiu ao menos entender o que estava acontecendo quando acordou o choro de uma criança ecoava. Uma criança nascida da magia, uma magia negra e profana, uma criança nascida de uma maldição. A feiticeira sabia que a paz acabaria ali.
Independente de tudo a feiticeira amou aquela criança desde o início e o guerreiro por amar tanto a feiticeira aprendeu a amar a criança. Para que o filho da maldição não se sentisse excluído a feiticeira em suplica pediu ao povo que usassem mascaras que se assemelhavam ao rosto da criança. O povo por confiar e amar tanto o Imperador quanto a feiticeira acatou o pedido e o império manteve sua paz por um tempo.
Como previsto a paz acabou. Guerra após guerra, luta após luta eles se mantiveram de pé e unidos. A magia banhada na lâmina do guerreiro era o necessário para ganhar qualquer batalha. Por anos e anos isso foi verdade, O grande Imperador imortal, o guerreiro tocado pelos deuses
…Uma morte rápida foi assim que contaram para a feiticeira. Uma mentira para tentar amenizar o sofrimento dela. Uma mentira que falhou em seu objetivo. Os gritos ecoaram por todo o império com a mais pura magia chamando o Guerreiro, os gritos continuaram por 4 dias.
Quando os gritos chegaram ao fim, uma névoa negra cobriu o império por completo…
Anos se passaram com o reino em silêncio, ninguém entrava ou saía daquela névoa os que tentavam se perdiam na escuridão, os sussurros sobre a névoa foram espalhando por todo o mundo atraindo aventureiros de todos os lugares.
As histórias sobre o que tinha lá eram diversas desde que todos morreram e o império agora é um cemitério amaldiçoado, ou que na verdade nada nunca existiu ali, a minha favorita é de que o Filho da maldição se tornou o imperador dos demônios que a feiticeira criou com os gritos.
De fato, a última é a melhor delas, afinal é a que chega mais perto de ser verdade…
Sempre que me contavam essa história eu sentia calafrios. Sabia a verdade sobre ela desde sempre.
Quando a criança nasceu o Guerreiro se recusou a aceitar ele como filho então a feiticeira enfurecida resolveu dar fim ao imperador imortal, como antes de toda batalha o guerreiro levou a espada para a feiticeira para mais um ritual de encantamento. O grande diferencial foi que ao em vez de um encantamento a feiticeira amaldiçoou a espada com um feitiço que ninguém jamais conheceu.
Quando a luta começou o guerreio como sempre foi implacável e intocado, lutou com maestria até a espada finalmente acender. Todo o campo de batalha pode ouvir os gritos do guerreiro ecoando até o encontro da feiticeira, quem viu aquilo descreveu como se o portal do inferno tivesse aberto e todo o fogo do inferno fosse o combustivo para queimar o guerreiro.
Quem viu realmente de perto o guerreiro não queimou. A feiticeira ainda amando deixou uma pequena saída para o guerreiro, ele se tornaria um demônio, mas viveria com as lembranças do amor deles. Seu corpo foi transformado junto com a espada, quando o corpo sumiu procuraram a Espada de Yoshiaki, mas ninguém nunca a encontrou.
O restante da história é bem coerente com o conto os gritos ecoaram por 4 dias e a nevoa cobriu o império ... A feiticeira criou a criança como se fosse normal ninguém tocou no nome do guerreiro. Quando os anos foram passando a criança se tornou algo...
Uma criatura deslumbrante como um anjo, era esbelto e transbordava luz de todas as formas, quanto mais os anos se passavam mais parecia que a criança era na verdade a benção dos deuses. Só tinha uma coisa que lembravam a todos a verdade uma marca pequena que passa despercebido por muitos, uma marca negra em seu pescoço como raízes da escuridão consumindo pouco a pouco a luz.
Quando a escuridão começou a finalmente consumir a luz que a criança era ele começou a usar máscara e panos para cobrir, ninguém mais via o garoto nas ruas era como se ele tivesse desaparecido, consumido.
Quando ele completou seus 20 anos resolveram fazer uma coroação. o novo imperador das terras negas. O demônio subiu ao trono do império, a máscara de Oni foi uma ironia e tanto. Um demônio como o novo imperador, dizem que uma onda de terror passou por todos na coroação como se ali um pacto tivesse sido estabelecido com o pior dos demônios.
Ao lado dele o espelho da morte a bruxa do inferno ou a doce feiticeira, pode se dizer que só de olhar para ela sabe como é a morte, como é queimar no inferno que seu amado guerreiro queima. Dizem que a ligação dos dois criou uma passagem para o inferno e que se encontram todas as noites ...
Foi no inferno que nasci. De certa forma na parte dele que se encontra na terra. No império das terras negas onde todos são demônios. E agora deve estar sé perguntando como é que eu estou aqui sé é impossível entrar ou sair de lá, eu sei é complicado.
Existem pessoas como eu que não foram abençoados com a magia e que não são bons com espadas grandes, somos chamados de sussurros, pessoas que conseguem se esconder e se camuflarem entre a escuridão, aqui devem chamar a gente de especialistas. Nós somos os únicos que temos acesso a entrada e saída do império. Geralmente somos escolhidos por nascemos em famílias pobres e treinados para estar em todos os lugares sem sermos notados.
Não me lembro de quando sorri pela última vez, nasci fadada a morrer ou no treinamento ou de fome. Mas de alguma forma eu cheguei ao fim do treinamento sem muitos problemas. Agora tenho uma chance para fazer exatamente o que eu quiser fora do império.
“quando voltar será uma de nós, espero que esteja pronta pra isso.”
Essa frase é perturbadora porque sei que não quero voltar, mas também sei que vou voltar algum dia.